Especialista explica que no inverno o risco de AVC e de infarto aumenta

Cardiologista do Hospital Pasteur, Diogo Salles diz que é importante redobrar a atenção aos cuidados com a saúde nessa época do ano por meio de uma alimentação saudável, prática de exercícios físicos e acompanhamento médico

Rio de Janeiro, RJ (maio de 2021)  –  De acordo com o Instituto Nacional de Cardiologia, estudos realizados em diferentes países mostram que, nesta estação do ano, o número de infartos cresce, em média 30% e os de AVC (Acidente Vascular Cerebral), 20%. O cardiologista do Hospital Pasteur, Diogo Salles, diz que diante de dados alarmantes, as pessoas precisam redobrar a atenção com os cuidados com a saúde.

Com as baixas temperaturas, o corpo libera o hormônio chamado de catecolamina que leva à contração dos vasos sanguíneos e, como consequência, provoca o aumento da pressão arterial. Com isso, o coração realiza maior trabalho e força para bombear o sangue, devido ao aumento da resistência provocado pela diminuição do calibre do vaso sanguíneo. “Essa é uma forma de defesa do corpo contra o frio, mas que pode ter consequências graves. Por isso, pacientes que já sofrem de doenças cardíacas que são obesos, hipertensos, fumantes ou diabéticos precisam manter o corpo o mais aquecido possível para evitar que o coração tenha um esforço além do normal”, pontua Diogo Salles.

Outra explicação para o aumento do número de casos é o aumento de infecções como gripes e pneumonias e o agravamento das alergias respiratórias, que podem provocar uma inflamação no organismo – o que pode predispor ao infarto e ao AVC. “Por essa razão, indicamos sempre a vacina contra a gripe como mais uma forma de proteção”, comenta o cardiologista.

Diogo Salles também reforça a importância dos cuidados com a alimentação e a manutenção da prática de atividades físicas mesmo nos dias frios. O especialista explica que o colesterol em excesso pode formar placas de gordura que obstruem e comprometem o fluxo sanguíneo nas artérias do coração e do cérebro, o que pode levar ao infarto e ao AVC. 

“Ao perceber que a pessoa está com a boca torta, que o braço perdeu a força e que não está conseguindo repetir uma frase, é preciso atenção, podem ser sinais de AVC. Nesses casos, cada minuto conta para salvar a vida e evitar sequelas”, conta o cardiologista.

De acordo com o Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, no período de janeiro a abril de 2020, cerca de 104 mil pessoas foram a óbito em decorrência de alguma doença relacionada ao aparelho cardiovascular no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o infarto agudo do miocárdio mata 15 milhões de pessoas no mundo por ano e o AVC – principal causa de incapacidade no Brasil – tem uma incidência anual de 108 para cada 100 mil habitantes.