Sedentarismo causado pelo isolamento social pode levar à explosão de casos de osteoporose

Dia Mundial e Nacional da doença é celebrado em 20 de outubro e busca chamar a atenção para a enfermidade que causa a perda da qualidade dos ossos e aflinge quase 10 milhões de pessoas no Brasil

Rio de Janeiro, RJ (outubro de 2021)  – Nesta quarta-feira, 20 de outubro, será celebrado o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose. A data busca chamar a atenção para essa doença silenciosa e assintomática que reduz a densidade ósseo mineral e causa uma perda de qualidade dos ossos, o que aumenta consideravelmente o risco de fraturas graves. E o isolamento social causado pela pandemia da COVID-19 levou a um aumento do sedentarismo, o que pode resultar num crescimento dos casos de osteoporose, alerta o ortopedista do Hospital Pasteur (RJ), Danilo Lopes.

“Atividades físicas como caminhadas e corridas estimulam os ossos, que é um tecido vivo e precisa desse estímulo. Musculação também tem um papel muito importante. Esses exercícios atuam na prevenção da osteoporose. Com as pessoas tendo diminuído suas atividades físicas desde março de 2020, por causa do isolamento social, há um aumento do envelhecimento da população, da fragilidade dos ossos e, consequentemente, da incidência da osteoporose. Vejo isso na prática do consultório: tenho pacientes, em especial idosos, que apareceram pela última vez em 2019 e só estão voltando agora. Recomendo que retomem o acompanhamento com seus médicos o quanto antes, além de buscar realizar alguma atividade física, com segurança”, destaca Danilo Lopes.

O ortopedista esclarece que a osteoporose acomete homens e mulheres. Mas aparece de forma mais precoce na população feminina. “Por volta dos 50 anos, com a menopausa, as mulheres não produzem mais o estrogênio e há uma queda hormonal muito grande. A questão é que o estrogênio é o grande responsável por colocar o cálcio que ingerimos na alimentação dentro dos ossos. Entre os homens, a osteoporose é mais comum a partir dos 70 anos”, explica Danilo Lopes.

Para minimizar a chance de desenvolver a doença, além dos exercícios físicos regulares, o ortopedista recomenda uma alimentação rica em cálcio, com laticínios e vegetais de cor verde escura (como couve ou brócolis), por exemplo, e banhos de sol regulares, idealmente de 40 minutos, entre 8h e 10h da manhã. E mulheres próximas aos 50 anos que não tenham contraindicação devem fazer a reposição hormonal, sob orientação e acompanhamento de seu médico.

Para quem já tem a doença, além do tratamento, é fundamental também se minimizar o risco de quedas. Nesse sentido, Danilo Lopes conta que a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia tem um projeto chamado Casa Segura. Ele traz dicas como: retirar os tapetes dos banheiros para evitar escorregões; colocar apoios dentro do box onde se toma banho; e manter uma luz acesa para ajudar a visualização do quarto quando levantar durante a noite, entre outros.

“Outra questão importante é ter cuidado com os pets. O ideal é não dormir com o animal de estimação no mesmo quarto, pois pode ser pisado ao se levantar durante a noite ou se enroscar entre as pernas e causar uma queda”, pontua o ortopedista do Hospital Pasteur (RJ).

“Mas mesmo em casos de identificação de osteoporose mais avançada, o paciente pode voltar ao estágio de normalidade por meio do tratamento. Por isso, buscar informações sobre seu estado é fundamental”, aconselha Danilo Lopes.