Hipertensão acomete 30% da população brasileira

Doença também é fator de risco para a COVID-19

Rio de Janeiro, RJ (julho de 2021)  –  A hipertensão acomete 30% da população brasileira, segundo dados apresentados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Uma doença silenciosa que precisa ser acompanhada por especialistas, pois o não controle pode acarretar em consequências graves e até o óbito. Ainda de acordo com estimativas da SBC, a cada dois minutos uma pessoa sofre um acidente vascular cerebral (AVC) ou um infarto agudo do miocárdio – e em 80% dos óbitos por AVCs e 60% dos decorrentes infartos os pacientes apresentavam hipertensão arterial. 

A hipertensão arterial é o aumento anormal – e por longo período – da pressão que o sangue faz ao circular pelas artérias do corpo. O coração bombeia o sangue para chegar a cada parte do organismo e quando os vasos apresentam uma certa resistência, a pressão aumenta. A doença não é hereditária e pode estar ligada a fatores de risco como o tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, alto consumo de sal, obesidade e estresse.

O  dr. Diogo Salles, cardiologista do Hospital Pasteur, explica que é preciso aferir a pressão regularmente para detectar se está normal ou se está alta para buscar um tratamento adequado o mais rápido possível.  O melhor nível da pressão arterial é 12/8. Se esse número for ultrapassado, é importante ficar atento, especialmente se a pessoa tiver sintomas como dor de cabeça, dor na nuca, tontura, dor no peito (angina), falta de ar e borramento da visão.

“Além da preocupação que a doença já impõe, o fato de estarmos vivendo uma pandemia em que essa condição é fator de risco para o agravamento da COVID-19 torna o assunto ainda mais urgente. É importante que as pessoas mantenham uma alimentação equilibrada, façam algum tipo de exercício, mesmo dentro de casa, e acompanhem diariamente a pressão arterial”, reforça o cardiologista.

Um estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) apontou que 48% dos pacientes que não sobreviveram à COVID-19 tinha pressão alta, ante 24% dos que se recuperaram. O dado foi divulgado em agosto do ano passado, quando o país registrava 28.947 mortes. “A hipertensão compromete a circulação e dificulta a chegada de anticorpos e células de defesa nos locais atingidos por infecções. Por isso há o agravamento do novo coronavírus nesses casos”, conclui Diogo Salles.